Palestrante da primeira palestra: Paulo Portella Filho, coordenador do serviço educativo do MASP.
Paulo falou sobre a construção de sentidos com o público e seu trabalho no setor de educação do MASP. Setor esse que abriu somente após 60 anos depois da inauguração do museu (abertura oficial do setor foi em 1996, com 15 integrantes). Uma das iniciativas dele foi criar uma assessoria para professores de escolas públicas e particulares. Duas horas por semana esses professores recebem instrução para poderem repassar a seus alunos. Também existe um curso introdutório a história da arte usando obras do MASP, que acontece uma vez por mês sempre num Sábado. O curso já está na décima quinta edição, sempre lotado. Falou também das visitas guiadas realizadas no MASP, que podem incluir atividades de artísticas como pintura. Também falou de um projeto chamado amigos do MASP, em que professores ganham uma carteirinha que dá acesso ao museu de graça (o ingresso normal custa 15 reais). Entretanto, Paulo deixou claro que o setor educativo do MASP não visa auxiliar apenas escolas e mencionou um projeto no qual policiais militares aprendem sobre arte nas dependências do museu.
Palestrante da segunda palestra: Maria Isabel Leite, arte-educadora.
O foco de Maria Isabel foi os museus e as crianças. Ela mostrou como museus são ambientes na realidade de tédio e principalmente opressivos para crianças em vez de lugares que incentivem o lado artístico delas. As obras como quadros normalmente ficam numa altura ruim para qualquer criança poder olhar adequadamente, além disso, museus hoje em dia são cheios de seguranças, alarmes e regras. Ela citou como exemplo uma ida desastrosa ao museu de seu sobrinho que acabou disparando um alarme de um quadro sem querer por se aproximar demais de um vidro que protegia a obra. Ela mostrou também algumas iniciativas de alguns museus para deixar seu acervo mais acessível. Por exemplo, falou de um museu que permitia fazer festas de aniversário dentro, junto as obras, antes da entrada do público, junto com atividades lúdicas. A arte-educadora falou da falácia de que crianças querem sempre obras especialmente direcionadas para elas (como a exposição história em quadrões da Turma da Mônica) quando na realidade, crianças também podem apreciar obras de qualidade que são em princípio direcionadas a adultos.
Palestrante da terceira palestra: Cayo Honorato, pesquisador da USP.
A Palesta do Cayo tocou na importância do público no trabalho de um artista. Ele dividiu a palestra em três partes. Na primeira, mencionou um artigo de Marcel Duchamp chamado O ato criador, publicado em Abril de 1957. Nesse artigo, Duchamp afirma que o ato criador não é consumado sozinho. Isto é, existe uma área nebulosa entre a intenção de um artista e a obra em si. A obra quase nunca corresponde 100% as intenções do artista. Cabe ao público interpretar e decifrar essa área entre a intenção e a realização. Ou seja, o público ajuda o artista e tem papel fundamental pois acrescenta novas interpretações para as obras. Na segunda parte da palestra, Cayo falou sobre um artigo denominado A importância do público, de Leon DeGand, publicado em 1948. Esse artigo discorria sobre a falta de estudos sobre o impacto e importância desse público na obra de um artista. De acordo com o autor: "A obra não é apenas aquilo que o artista pretendeu que ela fosse, consciente ou inconsciente. É também [sic] tudo aquilo que cada um de nós, em obediência aos modismos espirituais da época e [sic] do estado de humor pessoal, diminui, acrescenta ou modifica". Além disso, foi comentado que existe uma dissonância entre público e artista e a única maneira de acabar com esse mal entendido é a educação. Para Matarazzo, o público não entende nada de arte moderna e deve ser educado mesmo a sua revelia. Na terceira parte da palestra, Cayo mostrou um projeto americano que ocorre na cidade de Minneapolis chamado Open Field. No verão, uma grande área aberta ao lado de um museu é usada para diversas atividades com o público, das mais variadas, desde violino para iniciantes a sessão de videos sobre gatos da Internet (lolcats).
Palestrante da quarta palestra: Rejane Coutinho, pernambucana pesquisadora do IA da Unesp.
A palestra de Rejane Coutinho foi para pensar sobre a formação do educador enquanto mediador cultural. A formação dos educadores é de extrema relevância e é responsabilidade do formador sempre manter o seu processo de formação, pois esse processo está sempre incompleto e em transformação. Além disso, o educador deve refletir constantemente e pensar sobre como foi sua própria educação de modo que consiga entender as dificuldades e desafios que seus alunos enfrentam. Por mediadores, entendemos que não são apenas professores, mas também mediadores de Instituições de arte, afinal, mediar é informar, partilhar, convencer e seduzir. Outra discussão que Rejane colocou em pauta foi sobre o papel do educativo para instituições. Para ela, existem dois grandes papéis: o papel promocional (valorização da instituição, conquista de clientes) e o educacional (transmissão de valores).
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