Meus trabalhos e experiências no curso de História da Arte na UFRGS

sábado, 20 de julho de 2013

Questão sobre o Philobiblon, de Richard de Bury

O reverendo Richard de Bury publicou, em 1344, o Philobiblon, uma verdadeira declaração de amor aos livros e à cultura letrada. O capítulo que lemos, o IX, intitula-se "De como os antigos estudantes eram superiores aos atuais em fervor discente". Por que, afinal, na opinião de Bury, eram esses antigos estudantes superiores em "fervor discente"? 


Segundo Richard de Bury, os antigos estudantes gozavam de um espírito mais sutil e delicado, além disso, seus estudos eram mais profundos. Para ele, os sucessores 'só servem para discutir seus trabalhos e para escrever resumos de tudo o que eles conquistaram em suas ressonantes descobertas'.

Além disso, achava os estudantes do passado muito mais dedicados e regrados, conforme consta nesse trecho: 'No tocante ao ardor por aprender e ao afã pelo estudo, aqueles antepassados consagravam sua vida inteira, enquanto que nossos contemporâneos, passam os fecundos anos de sua juventude dominados pelo vício, e no momento em que, extintas suas paixões, querem alcançar o cume da ambígua verdade que perseguem, se entregam, perturbados, a misteres completamente estranhos a filosofia. Diante das dificuldades que encontram, preferem as fumegantes obrigações da juventude e, mais tarde, se dedicam aos cuidados econômicos do vinho que avinagrou rápido demais".

Questão sobre o conto Romeu e Julieta, de Matteo Bandello

Em nossos tempos é bastante difícil não conhecermos, ao menos em linhas gerais, a história de Romeu e Julieta, transformada em filmes, adaptada ao mundo infantil, e mesmo encenada em sua versão mais célebre, aquela de Shakespeare. Sendo assim, compare brevemente a versão que você já conhecia com aquela que encontrou no conto de Matteo Bandello, publicado no séc. XVI. 


A principal diferença, de fato, é o final. No final de William Shakespeare, Julieta toma um veneno falso para desmaiar e ser dada como morta, e assim, evitar um casamento forçado pela sua família. Tinha avisado Romeu através de uma carta, que infelizmente, não chegou ao destinatário. Romeu ao ver sua amada que julgava estar morta, toma um veneno, dessa vez, um veneno verdadeiro, efetivo. Quando Romeu desmaia, Julieta finalmente acorda. Ela tenta através de um beijo remover o veneno de Romeu, mas é tarde demais. Ela então pega a adaga de seu amado e usa para suicidar-se. Na história de Matteo, Julieta não se mata com essa adaga, mas morre de dor, de sofrimento ao ver o corpo de Romeu. Na sua lápide consta "… de pura dor morreu".