Meus trabalhos e experiências no curso de História da Arte na UFRGS

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Questão sobre O Homem de Areia de Hoffman


Um medo profundamente romântico é o medo dos poderes misteriosos do cientista/alquimista, explorado, por exemplo, em Frankenstein, de Mary Shelley. Pensando agora em O homem da areia, de que modo esse medo se configura na relação entre Natanael e Coppelius/Coppola?

Coppelius além de advogado, era alquimista. Ele ia várias noites na casa do pai de Natanael para juntos praticarem experimentos alquimicos secretos. Por isso, o pai de Natanael sempre mandava seus filhos deitarem cedo, dizendo que naquela noite o homem de areia iria chegar. Natanael, após ouvir da empregada que o tal homem de areia era um monstro que arrancava os olhos das crianças, um dia decide se esconder no gabinete de seu pai para descobrir a verdade. Nessa noite ele vê os tais experimentos secretos de alquimia. Quando Coppelius descobre que foi visto diz que vai arrancar os olhos dele, fato que faz Natanel desmaiar e ter o maior susto de sua vida, mesmo que no fim seus olhos não tivessem sido arrancados realmente arrancados. Entretanto, as visitas de Coppelius não cessaram depois desse fato, e na última visita, um acidente envolvendo uma explosão durante os experimentos causam a morte do pai da Natanael.

Esse trauma, mesmo que na visão de sua mulher, Clara, fosse apenas um medo irracional, nunca desapareceu de sua mente. Natanael volta a sentir esse terror ao ver no vendedor de barometros Coppola o mesmo rosto de Coppelius. Mesmo tentando se convencer que seu medo era irracional, o desenrolar da história o leva a completa loucura.
Ou seja, o medo profundamente romântico dos poderes misteriosos da alquimia é retratado na pessoa que o protagonista mais teme, mostrando essa relação de medo que a alquimia causava.

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