Meus trabalhos e experiências no curso de História da Arte na UFRGS

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Questão sobre os Contos Aretinos de Pietro Aretino

Sobre os sonetos contidos neste livro literalmente "maldito", escreve José Paulo Paes, tradutor da edição brasileira que acabamos de ler, o seguinte: "Neste sentido, quer pela crueza da linguagem, quer pela carnalidade de sua temática, os sonetos aretinianos podem ser considerados o avesso da poesia culta de sua época, a qual [...] recebera de Dante e de Petrarca o gosto pela divinização da mulher [...]" (PAES, José Paulo. Uma retórica do orgasmo. In: ARETINO, Pietro. Sonetos Luxuriosos. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 32-33). Desenvolva, através de comentários próprios e de exemplos tirados dos sonetos de Aretino, essa hipótese apresentada por Paes. 

Embora a estrutura do texto e suas rimas se assemelhem a um texto culto, os termos baixos e a própria temática o tornam o avesso do que se espera de da literatura culta.

Ao contrário de seus compatriotas Petrarca e Dante, que divinizam a mulher, Aretino carnaliza a mulher, fala de seu lado sexual, com seu vocabulário cru, forte e direto.

Pietro Aretino

Desnecessário mencionar exemplos de trechos assim pois os termos de baixo calão permeiam todo o texto. Mas menciono dois trecho em que o autor ao seu modo carnalizante, elogia o feminino (claro que nao do modo divinizante de Petrarca e Dante).

Abre as coxas a fim de eu poder bem
Ver-te da cona e cu o belo viso.
Cu de fazer completo o paraíso!
Cone que poe-me o sangue num vaivém!

Outro trecho:

Fodamos, meu amor, fodamos presto.
Pois foi para foder que se nasceu,
E se amas o caralho, a cona amo eu;
Sem isto, fora o mundo bem molesto.

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